Árvore de Natal na Síria é incendiada por grupo jihadista
- 26/12/2024
Uma árvore de Natal em Al-Suqaylabiyah, cidade de tradição ortodoxa grega localizada na Síria, foi incendiada por combatentes ligados ao grupo jihadista Hay’at Tahrir al-Sham (HTS), apoiado pela Turquia. O incidente ocorreu um dia após a iluminação da árvore e gerou protestos da comunidade cristã local, que se posicionou firmemente contra os ataques.
Intimidação e ataque
De acordo com informações do site Greek City Times, jihadistas afiliados ao HTS invadiram a cidade, intimidando os moradores cristãos antes de incendiar a árvore de Natal. Vídeos compartilhados pela organização Greco-Levantines World Wide mostram os extremistas aterrorizando os cristãos e ateando fogo à árvore, um símbolo das celebrações natalinas locais.
Após o ataque, a comunidade de Al-Suqaylabiyah se uniu em protesto contra as ações dos jihadistas. Os moradores marcharam pelas ruas da vila carregando uma grande cruz, demonstrando coragem e resistência. Durante a manifestação, eles gritavam “Chega!” em um gesto claro de enfrentamento contra os extremistas.
“Essa foi uma forma de mostrarmos que somos cristãos e que não temos medo”, relatou um morador.
Apesar da promessa do líder do HTS na região de Hama de tomar medidas para evitar novos incidentes, a organização Greco-Levantines World Wide expressou dúvidas sobre a eficácia dessas ações. “Os combatentes estrangeiros vinculados ao HTS são incontroláveis e devem ser removidos das cidades cristãs. É essencial criar forças de segurança autônomas para proteger nossa comunidade”, declarou.
Escalada de violência na região
Esse não foi o único ataque recente contra a comunidade cristã na região. No dia 12 de dezembro, a Igreja Ortodoxa Grega Hagia Sophia, situada nos arredores de Hama, foi vandalizada por grupos rebeldes islâmicos apoiados pela Turquia.
Essa igreja, uma réplica menor da famosa Hagia Sophia de Istambul, foi construída em 2020 como uma resposta simbólica à decisão do presidente turco Recep Tayyip Erdoğan de converter a Hagia Sophia original em uma mesquita. O projeto contou com financiamento do regime de Bashar al-Assad e da Rússia. No entanto, o edifício sagrado foi profanado pelos mesmos grupos que assumiram o controle da região.
Além disso, dois cristãos ortodoxos gregos, Samaan Satme e Helena Khashouf, foram assassinados na vila de al-Jamasliyye, na província de Homs. Inicialmente tratado como um roubo que deu errado, o caso revelou-se um crime de ódio: Samaan foi decapitado e Helena, morta a tiros.
Ataques contra igrejas e locais sagrados também têm aumentado. Na última semana, a Arquidiocese Ortodoxa Grega de Hama sofreu danos após disparos atingirem sua fachada. Além disso, cruzes em túmulos próximos foram vandalizadas e removidas.
Histórico de Al-Suqaylabiyah
A cidade de Al-Suqaylabiyah possui uma história rica e de forte ligação com a fé cristã. Conhecida como Selêucia e Belum na Antiguidade, foi abandonada durante a Idade Média e restabelecida no século XIX por cristãos ortodoxos gregos. Eles fugiram da região de Hauran, no sul da Síria, no final do século XVIII, para escapar da perseguição otomana.
Hoje, Al-Suqaylabiyah continua sendo um símbolo de resistência cristã na Síria, enfrentando constantes desafios e perseguições. Apesar das adversidades, a comunidade local permanece firme na fé e na luta por sua liberdade religiosa.
Com informações da Publicação: "Árvore de Natal na Síria é incendiada por grupo jihadista" disponível em NT Gospel.